terça-feira, 19 de abril de 2011

Madame Matisse

O quadro que traz a  representação de  Madame Matisse, mulher de Henri 
Matisse, se caracteriza como o símbolo do  Fauvismo pela exclusiva preocupação em 
demonstrar a técnica de representar vivências e sensações por meio da forca cromática e 
dos contrastes: Utilizando a formação das cores à  luz para produzir noções de 
espaço/profundidade. Para isso, as cores do preenchimento do rosto da Senhora Matisse 
são em pinceladas soltas que expressam uma certa desordem se contrastando com as cores chapadas das áreas planas que completam o fundo do quadro. No fundo, o verde, cor intermediaria, em contraste com os tons quentes do vermelho e do laranja, produz a idéia de profundidade, ressaltando o rosto da figura. Este é dividido ao meio por uma linha verde que também expressa a parte central do espaço físico do quadro.

PALAVRAS CHAVE: Arte no século XX; vanguarda; Matisse; 
ARTIGO: A Arte do Século XX como a Exaltação de todos os Sentidos.(trecho)
AUTORES:
Emílio Andrade e Rogério Henriques (org).Carlos Assis, Ana Luíza Soares, Gabriel EsperEstudantes de Graduação de História doDepartamento de Artes e HumanidadesUniversidade Federal de Viçosa.

FONTE: Contemporâneos: Revista de artes e humanidades, N.3, NOV-ABR 2009.
DISPONÍVEL EM: 
http://www.revistacontemporaneos.com.br/n3/pdf/seculoxx.pdf

domingo, 17 de abril de 2011

Luxo, Calma e Volúpia

Em Luxo, Calma e Volúpia, de 1904, Matisse faz referência ao lirismo romântico de Baudelaire em “Convite à Viagem”, evidenciando a autonomia das cores em relação ao objeto representado, dando a 
essas o aspecto puro de um Arco-Íris. A imagem resgata um tema recorrente no século XIX, no qual os autores 
representavam figuras  in natura banhando-se em rios e/ou mares. Matisse dispõe as cores em seu quadro de 
maneira que as cores frias e intermediárias (azul; rosa; verde;) revelem a calma e tranqüilidade 
do equilíbrio no meio natural, em comparação com o movimento no espaço onde  se encontra as figuras, representado pelas cores quentes (vermelho; laranja; amarelo). 

PALAVRAS CHAVE: Arte no século XX; vanguarda; Matisse; 
ARTIGO: A Arte do Século XX como a Exaltação de todos os Sentidos.(trecho)
AUTORES:
Emílio Andrade e Rogério Henriques (org).Carlos Assis, Ana Luíza Soares, Gabriel EsperEstudantes de Graduação de História doDepartamento de Artes e HumanidadesUniversidade Federal de Viçosa.

FONTE: Contemporâneos: Revista de artes e humanidades, N.3, NOV-ABR 2009.
DISPONÍVEL EM: 
http://www.revistacontemporaneos.com.br/n3/pdf/seculoxx.pdf


O Fauvismo através de Matisse

O Fauvismo, através das obras de Matisse, revela a predominância da liberdade. 
O estilo de pintura do autor se desvincula da determinação da descrição impressionista: 
“todos convergiram para uma pintura com  grande liberdade, que empregava cores 
matizadas ou saturadas de forma arbitrária, ou seja, independentemente da cor local do 
motivo representado no quadro” (BERMEJO-GARCÍA, 1995).  

Esse emprego de cores de forma arbitrária cria um “Espírito do Quadro” que 
também é livre em relação ao modelo representado: “Enquanto Mauguin ou Vlaminck 
[também classificados como  Fauvistas] se limitavam apenas a “aquecer” o quadro, 
escolhendo os tons mais vivos e fortes de sua palheta, Matisse buscou desde o princípio 
construir com a cor uma ordem própria do  quadro, distinta da ordem da natureza” 
(BERMEJO-GARCÍA, 1995). Dessa forma, utilizando-se de recursos simples e cores 
puras, Matisse liberta também o espectador ao uso de sua imaginação, ao se expressar 
através de símbolos transcendentes sem detalhes nas formas – o que lhes proporcionou 
serem consideradas Feras Primitivas, “selvagens de coração terno” (BERMEJOGARCÍA, 1995). 
Essas características fauvistas são melhores percebidas através da análise das 
unidades decorativas de Henri Matisse.

PALAVRAS CHAVE: Arte no século XX; vanguarda; Matisse; 
ARTIGO: A Arte do Século XX como a Exaltação de todos os Sentidos.(trecho)
AUTORES:
Emílio Andrade e Rogério Henriques (org).Carlos Assis, Ana Luíza Soares, Gabriel EsperEstudantes de Graduação de História doDepartamento de Artes e HumanidadesUniversidade Federal de Viçosa.

FONTE: Contemporâneos: Revista de artes e humanidades, N.3, NOV-ABR 2009.
DISPONÍVEL EM: http://www.revistacontemporaneos.com.br/n3/pdf/seculoxx.pdf

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Sobre o Fauvismo e Matisse.

 O início do século XX foi marcado pelos questionamentos dos valores autoritários, na política pelo colapso dos governos oligárquicos e na organização da sociedade pela difusão de idéias democráticas de cidadania, expressando a liberdade. Nas artes essa questão se deu pelo repúdio à descrição impressionista em detrimento da liberdade da experimentação. O avanço científico também alterou as condutas sociais einterferiu na noção de tempo, fragmentando-o: nas artes, os estilos que se caracterizam por amplas categorias de definição deram lugar à idéia de movimentos, mais transitórios.
Essa nova maneira de ver o mundo mudou também a maneira de se expressar: na pintura os rígidos métodos de representação natural do impressionismo já não correspondiam mais à necessidade de liberdade de expressão dos artistas, exigida pela transformação do mundo: “embora essa paixão anti-tradicional pela renovação e pela mudança fosse típica de todas as artes, ela foi mais patente nas artes visuais, e foi nelas
que primeiro prevaleceu e, depois, lentamente conquistou uma aceitação pública mais
geral.
Esse ‘Novo Espírito’ precisou de muito mais tempo para conseguir aceitação na literatura e na música (STANGOS, 2004). Diante dessas novas demandas desenvolve-se
um novo estilo de pintar denominado Fauvismo, que valorizava mais a liberdade do
artista em criar um novo mundo nos limites estruturais do quadro, do que a rigidez na
representação da imagem do modelo. Esse movimento se iniciou na França em 1904 mantendo uma coesão na forma de expressão de seus membros até 1910. Os pintores fauvistas assim foram
caracterizados por valorizarem as formas primitivas na elaboração de seus trabalhos,
sendo comparados a Feras (condutas dos pintores na elaboração dos quadros, o Fauvismo se caracteriza pela expressão através de cores puras e poucos detalhes nas formas, mantendo um exagero
no desenho e na perspectiva, que é conseguida através da ativação das cores reagindo
entre si. O Fauvismo teve sua maior expressão com as obras de Henri Matisse, francês
do norte que nasceu em 1869 em Lê Cateau-Cambrésis e se expressou artisticamente até
a sua morte em 1954. Em comum com as obras de Gustave Moreau, Matisse possui a inclinação
Simbolista (símbolos que representem valores transcendentes - Belo; Bem; Verdade),
contrária ao Naturalismo (arte; objeto; técnica) em detrimento de uma forma de
expressão mais poética e lírica, de uma ordem mais espiritualista que valorize a
imaginação em detrimento da objetivação natural. Essa oposição ao Naturalismo
também demonstra sua intenção de criar um “Espírito do Quadro”, como nas obras de
Cézanne que se evidencia a preocupação com a solidez estrutural do quadro e seu Banhistas, resgatada por Matisse, o autor tinha mundo, sem preocupação com a cópia ao modelo. Isso faz com que Matisse e os
Fauvistas passem da evocação das imagens à evocação das cores. A contraposição à contenção formal demonstra sua proximidade ao lirismo romântico de Baudelaire e a objetivação de Gauguin, que prezava pelo valor decorativo do quadro; e a ativação das cores demonstra suas leituras das obras de Van Gogh: “Longe de aparentes ambições provocativas, Matisse aspirava a uma arte ‘que servisse como lenitivo, como calmante cerebral, algo semelhante a uma boa poltrona”.(BERMEJO-GARCÍA, 1995)
Além da temática neoclássica dos um forte apreço em registrar impressões em interiores: além das representações factuais da vida e das imagens orientais marcadas pelas suas viagens ao norte da África, onde recebeu influência de uma arte não européia através das cerâmicas e da tapeçaria
marroquina e argelina. Em sua pintura decorativa tudo na tela desempenhava um papel
para manter o equilíbrio do espírito do quadro através da disposição arbitrária das cores
puras: como especificou o próprio autor, que buscava uma relação de tons para formar
um acorde cromático como uma música, com as cores reagindo entre si.
Seu estilo também se caracterizava pela pureza dos recursos, já que não se
preocupava tanto com as formas: o espectador recebia apenas os dados essenciais para
que pudesse perceber as sensações plásticas e se situar no espaço do quadro. Espaço
esse que era marcado pelo exagero da perspectiva que gerava uma espacialidade que se
confundia entre o plano do quadro e as representações de espaço/profundidade ativados
pelas cores: sempre preocupado com a coesão na superfície da tela, convertendo-a em
uma unidade decorativa.

PALAVRAS CHAVE: Arte no século XX; vanguarda; Matisse;

ARTIGO: A Arte do Século XX como a Exaltação de todos os Sentidos.
(trecho)

AUTORES:

Emílio Andrade e Rogério Henriques (org).
Carlos Assis, Ana Luíza Soares, Gabriel Esper
Estudantes de Graduação de História do
Departamento de Artes e Humanidades
Universidade Federal de Viçosa.

FONTE: Contemporâneos: Revista de artes e humanidades, N.3, NOV-ABR 2009.
DISPONÍVEL EM: http://www.revistacontemporaneos.com.br/n3/pdf/seculoxx.pdf

Fauvismo.